Baixa Gastronomia em Niterói

Caríssimos,

Empada

Desculpe-me pelo meu desaparecimento. O fato deve-se a algo que havia elucidado no primeiro post: estava sem grana (criticamente sem grana MESMO!), e assim, não tinha como dar nenhuma dica culinária, porque eu estou ainda a base de água e amendoim japonês (que é mais barato que pão).

No entanto, este final de semana, lendo a Revista O Globo (Ano 6, número 263, de 9 de agosto de 2009), aquela que vem com o jornal O Globo da edição de domingo (que foi comprado pelo meu pai, já digo de antemão), me deparei com uma edição especial de comemoração de cinco anos da publicação. Para “comemorar”, o corpo editorial pediu 50 “personalidades” do Rio que listassem “os cinco mais” qualquer coisa. Teve de tudo. Para quem não leu, existem várias dicas interessantes, como os “5 maiores símbolos do Rio”, por Fernanda Abreu, “5 melhores desfiles da Marquês de Sapucaí”, por Hiram Araújo (que segundo consta, é médico e “enciclopédia viva do carnaval”), “5 piores músicas de festas de casamento”, por Marcelo Janot (crítico de cinema e DJ), “5 melhores formas de morrer”, por Rogério Skylab (sem comentários), e a que mais me chamou atenção, “5 melhores comidas de rua”, por Guilerme Studart. O convidado é economista, e os demais adjetivos que complementam sua apresentação pela revista são os seguintes: “exímio pesquisador de baixa gastronomia e autor da última edição do guia ‘Rio Botequim’”.

Achei interessante dois fatos desta descrição: o cara é economista e consegue criar uma categoria sócio-econômica para aquilo que chamamos de “comer uma besteira na rua”. Dá-lhe academicismo nisso! Não dava pra dizer que o cara simplesmente não gosta de comer comida de verdade e prefere ficar o dia inteiro comendo besteira? Afinal, essas besteiras seguem o dito popular de “o que não mata, engorda”. Coxinhas, risoles e quibes não foram feitos para emagrecer mesmo! Como você poderia achar que uma coxinha, brilhando de óleo, possa ser menos agressivo ao seu estômago só porque você “secou” o dito cujo com um guardanapozinho de papel de seda?

Mas voltando ao top-5 do Guilherme, as sugestões foram (na ordem):

  1. “A empada do Alfredo, em São Francisco, Niterói. O Alfredo bate ponto aos sábados e domingos, das 9h às 13h na Av. Rui Barbosa. A carrocinha tem um forno a lenha onde as empadas são assadas constantemente. A de camarão, com farto recheio do crustáceo, é imperdível. A de queijo, com fina camada de massa e recheio molhadinho, também faz muito sucesso”.
  2. O picolé do Morais, no Leblon;
  3. O acarajé da Noemia, no Flamengo;
  4. O pernil com farofa de dona Glória, em Nilópolis; e
  5. O sanduíche de churrasco da Barraca do Uruguaio, em Ipanema.

Possíveis conclusões:

  • A melhor comidinha de rua do Rio está em Niterói;
  • A mais barata também;
  • O economista e especialista Guilherme Studart está em pior situação econômica do que eu (imagino que ele vá de Nilópolis a Ipanema pedindo para entrar pela porta da frente do ônibus… quem sabe, ele não anda vendendo amendoim no ônibus?);
  • Ficaram faltando outras comidinhas bem interessantes;
  • Niterói tem mais do que só empadinha – sem ser injusto com o Alfredo (que não conheço); e
  • Eu nunca comeria comidinha de rua em Nilópolis (tampouco em São Gonçalo) – tenho amor ao meu estômago.

Na atual pindaíba que me encontro, a única coisa que tenho conseguido consumir na rua são essas comidinhas… desculpe-me… elementos da baixa culinária. No entanto, não como mais em pastelarias de Niterói (TODAS, SEM EXCEÇÃO, que são gerenciadas por chineses, têm EXATAMENTE o mesmo sabor – muito óleo, a carne com gosto horrível e mal temperada, pastel de queijo nem parece que tem queijo, etc.). Ainda acho que a melhor pedida sempre é o Compão, Matinata ou o Ponto Jovem. Infelizmente todas as três estão somente em Icaraí, o que dificulta que algum niteroiense de fora do bairro venha aqui só para comer um italiano/joelho decente. Em Piratininga, o melhor é a Avelã, entre a padaria Grão-ao-Pão e o Hortifruti. Das praias, o melhor quiosque é em Itacoatiara, o último, próximo ao Costão (do lado esquerdo da praia). No Centro, a Requinte, na Amaral Peixoto, e o Happy Hour, na Rua da Conceição são as pedidas.

Alguma outra sugestão de lanchonete? Deixe uma mensagem e a gente vai se comunicando…

A foto que ilustra este post é de “bolapiercing“.

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3 comentários

    • Melissa em 4 de janeiro de 2010 às 23:06
    • Responder

    Olha! Não sei quanto aos outros, mas a empada do Alfredo é a melhor que já comi!
    Quando morava em São Francisco, comia todo o fim de semana!
    Comia uma de camarão e uma de queijo!
    A de queijo não existe igual em lugar nenhum!
    Vale a pena experimentar!

    bjs

    • Andreia em 30 de dezembro de 2013 às 16:22
    • Responder

    A lanchonete “Quem diria” ao lado da Avelã também é ótima.

    • Michelle Rodrigues em 15 de março de 2014 às 09:39
    • Responder

    Luciano, como assim o Compão está somente em Icaraí? Esqueceu do Centro (Plaza e Rua da Conceição) e de Itaipu (Multicenter)???

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