Lendas urbanas sobre Niterói

Estes são relatos de lendas urbanas e histórias populares sobre Niterói, transcritos do vídeo publicado na matéria Uma Niterói de histórias, de O Globo Niterói.

Aparecida Rollemberg começa explicando o que são lendas urbanas e por quê a Fundação de Arte de Niterói resolveu mapeá-las:

Lendas Urbanas de Niterói

As lendas urbanas incorporam o imaginário coletivo. Muitos estudiosos consideram que elas representam os medos básicos da sociedade moderna. Chegam a dizer que é uma tradução do folclore moderno, por isso a gente resolveu colocá-las no nosso mapeamento cultural, para falar um pouco mais de nós, moradores de Niterói.

Antigamente elas faziam o papel de amedrontar, dar lição de moral ou colocar os jovens nas linhas.

Assassino da Mão de Gancho

Na década de 50, as moças saíam para namorar nos carros (como ocorre até hoje). Estava então um casal namorando num estacionamento e a moça escutou um barulho como um arranhão na porta. Ela ficou com medo e falou com o namorado, mas ele não queria ir pra embora. Ela insistiu tanto, que ele acabou levando-a para casa. Quando chegaram lá, encontraram um gancho ensanguentado, pendurado na maçaneta da porta do carona.

Busto de Dom Pedro

História contada por Rubens Carrilho Fernandes, chefe do arquivo da Câmara Municipal:

A Vila Real da Praia Grande começou em São Domingos, onde hoje é a Praça Leoni Ramos. Ali havia um palacete, que durou aproximadamente 109 anos e foi destruído. O prefeito Leoni Ramos construiu na praça um busto de Dom Pedro II. Segundo a lenda, para onde o busto virava, ocorria um fato inusitado: apontava para a direita, acontecia algo estranho; apontava para a esquerda, outro fato inusitado. Até que na década de 70 ele foi fixado na direção da Cantareira, posição em que está até hoje.

[Deve ser por isso que a Cantareira estranhamente está fechada, enquanto poderia estar abrigando inúmeros eventos culturais]

Teatro Municipal mal-assombrado

Célia Lopes, funcionária do Teatro Municipal, viveu a seguinte história:

 

Lendas Urbanas de Niterói

A sala Carlos Couto estava com uma exposição do Jorge Abreu e a diretora da sala pediu que não deixasse ninguém entrar antes das 10 horas. Quando cheguei, por volta das  9h, as janelas estavam abertas – luzes acesas – e eu vi um menino sorrindo muito, vendo a exposição. Cheguei aqui, paguei feio pro segurança e ele disse: “Dona Célia, a sala está fechada”. Ficou aquela discussão: está, não está… Realmente a sala estava fechada e não havia ninguém dentro. Nessa discussão, chega um outro vigilante que pergunta o está acontecendo. E ele diz: “eu não estou vendo, mas estou sentindo a presença dele”.

Teresa Salgado, administradora do Teatro Municipal, também tem a sua:

Quando cheguei aqui, conheci o Maurício, que era o zelador do teatro e falava que havia uma loira no teatro, um fantasma que aparecia de vez em quando na galeria.

Ponta d’Areia mal-assombrada

Marcos Vinícius Macedo Varella, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – Niterói, conta duas histórias sobre a região onde atualmente fica o bairro da Ponta d’Areia:

Antigamente havia um asilo na Ponta da Armação, que era inclusive muito querido por Dom Pedro. Para esse asilo iam muitos funcionários da Marinha, inclusive combatentes. Há pessoas que relatam – cheguei a ouvir do meu próprio avô – que naquela região às vezes se ouvia ruídos de pessoas que já haviam falecido há muito tempo, pedidos de socorro.

Outra lenda interessante é relacionada às armações de baleias. A armação das baleias levou muitos negros à morte, porque era um trabalho muito árduo, eles ficavam 24h tirando óleo das baleias. A lenda, já do século XX, conta que eles tinham um bode preto, com chifres enormes, que corria atrás das crianças, especialmente à noite. Então as pessoas, principalmente os mais idosos, amedrontavam as crianças para que elas evitassem a região do Morro da Armação.

Outras histórias…

Além do vídeo, a matéria de Lygia Freitas e Luiz Gustavo Schimitt ainda cita outras histórias:

Lendas Urbanas de Niterói

  • Caso das Máscaras de Chumbo – Em 1966, 2 homens foram encontrados mortos no Morro do Vintém, Niterói, após suposto contato com ETs. Nós do Blog de Niterói fizemos um post englobando todos os aspectos do caso das Máscaras de Chumbo.
  • Índia Jurema – Jurema, que estava prometida a um índio de sua tribo, apaixonou-se por um homem de uma nação estranha. O romance gerou uma luta, em que os dois morreram. Então o deus Tupã colocou os amantes dentro da Pedra de Itapuca para viverem juntos para sempre.
  • Há 20 anos, no Campo de São Bento, apareceu uma praga em uma das palmeiras e começaram a dizer que era o rosto de Cristo. Foi uma verdadeira romaria.
  • A primeira moradora de São Francisco teria sido uma francesa que morava em uma casa bem grande, no alto da colina. Após sua morte, a residência foi derrubada. Surgiram então relatos de gente que via a mulher debruçada em uma janela.
  • Moradores do Fonseca contam que, em noites de lua cheia, pode-se ver o fantasma de uma mulher que morreu no dia de seu casamento. Ela ainda está vestida de noiva e fica vagando em busca do marido.

As fotos com o tema mistério que ilustram este post são de Apple Freak, Gonzalo Iza e Javier Sánchez.

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10 comentários

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  1. Realmente muito interessante as lendas de Niterói. É fantástico como nosso país é rico culturalmente. Cada lugar tem suas histórias para contar.

    Convido-os para visitar nosso blog. A cada dia postamos algo relacionado ao folclore nacional e personalidades do Brasil.

    Grande abraço e parabéns pela matéria.

  2. Muito interessante essa pesquisa! Pode render um ótimo trabalho na escola.

  3. De todas as lendas que foram citadas, a única que eu realmente conhecia era a da Pedra de Itapuca.

    E a surpresa foi quando citaram essa do fantasma do Fonseca.

    Boa sorte com o blog. A cidade precisava de uma ferramenta social desse estilo.

    • Vera Boechat em 26 de setembro de 2010 às 22:34
    • Responder

    Dizem que a estátua(busto), de dom João vl que fica na pracinha de São Domingos(em frente a Cantareira),que esta,fica girando sobre o pedestal madrugadas a dentro!!!!Que “mêda”!!!

    • rogerio menegardo braat em 5 de junho de 2011 às 13:00
    • Responder

    Gostei desse blog.Niterói tem muito mais coisas estranhas do que os já descritos aqui.Já tinha ouvido falar da Pedra de Itapuca e o caso das máscaras de chumbo ,mas da loura do Fonseca não.Espero que coloquem mais assuntos aqui..Abraços á todos.

    • Rodrigo em 21 de outubro de 2012 às 22:44
    • Responder

    Essa é real!!! a muito tempo atrás meu avô me contou.
    tem uma pedra grande ali na cachoeira em frente ao posto de gasolina, que ate cortarão a pouco tempo um pedaço que estava na rua então. ali tinha uma casa que nos finais de semana tinha bailes de forro. em um final de semana chuvoso um relâmpago bateu na pedreira que cortou e fez cair aquele pedaço de pedra, destroindo a casa e matando todos que estavam no baile.

    1. Moral da história: não frequente bailes de forró! Ouvi dizer que bailes funk e shows de pagode são assombrados da mesma forma! Melhor não frequentar… 🙂

  4. cara andar em sao francisco e horrivel todo lugar tem coisa estranha acontencendo sempre mesmo

    • maicon em 2 de julho de 2016 às 13:08
    • Responder

    Essa história do Fonseca seria em que lugar ??

    • Vinicius em 25 de outubro de 2019 às 05:39
    • Responder

    Há 20 anos, Cristo foi visto em uma palmeira.
    Agora, trepado em uma goiabeira.
    Ai Jesus, o que podemos dizer.
    O “Cara” só pensa em trepar!

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