Se for dirigir, não beba. Se for beber, me chame!

Por Marcelo Alvares*

O povo brasileiro bebe, isso é fato! Adoramos um happy hour, uma feijoada com cerveja, assistir a um jogo de futebol bebendo e petiscando com amigos, bebemos para dançar e nos soltar, bebemos para rir ou chorar, nos churrascos, ouvindo um samba ou pulando carnaval…

Porém, muitas vezes a embriaguez pode acarretar consequências graves. Por exemplo, quem não conhece uma história de acidente de carro envolvendo pessoas embriagadas? Os números assustam, todos sabemos. Será que proibir o álcool seria solução? Dá para imaginar uma Lei Seca no Brasil?

A política de redução de danos direcionada ao álcool começou com esta simples, objetiva e eficiente frase: “Se beber, não dirija”, porque, afinal de contas, as pessoas bebem e continuarão a beber. No entanto, deve-se aprender a beber de uma maneira menos prejudicial à saúde e mais responsável.

Os números continuam altos, mas diminuíram muito depois do nascimento desta pequenina frase. Depois dela, nasceram as irmãs “beba com responsabilidade” e “aprecie com moderação”, entre outras.

Felizmente, todo esse trabalho surtiu efeitos muito positivos. Hoje a juventude sabe, por exemplo, quais são as consequências de dirigir alcoolizado e, por isso, muitos evitam. Esse cuidado já faz parte da cultura brasileira. Existiram outras campanhas ótimas como a “Sem Noção”, promovida pela AME (Amigos da Música Eletrônica), “Dia de Alerta” – sobre o uso excessivo de álcool – promovida pela USP, UNESP e UNICAMP, descontos para voltar de táxi oferecidos pela vodka Smirnoff, entre outras iniciativas.

Para começar reduzindo os danos causados pelo álcool você pode seguir essas simples informações:

  • Beba água antes, durante e depois do consumo de álcool
  • Tome vitaminas do complexo B
  • Alimente-se bem antes de beber
  • Se possível vá de táxi, carona ou transporte público
  • Evite atividades incompatíveis com a embriaguez (principalmente as que exigem reflexos)
  • Não misture álcool com outras drogas e/ou medicações
  • Tenha sempre uma camisinha à mão
* Marcelo Alvares gentilmente permitiu que publicássemos esse seu texto. Ele é psicólogo formado pela USP e trabalha na área da dependência química. Iniciou sua carreira cuidando de dependentes de crack, cocaína, anfetaminas e principalmente, usuários de múltiplas drogas. Hoje atende pessoas com todos os tipos de dependência química já que o tema tornou-se cada vez mais apaixonante e desafiador. Conheça mais textos de Marcelo Alvares.