O que um maluco que teve oito filhos com a irmã tem a ver com você?
Simples: um dos frutos dessa relação incestuosa foi, segundo a mitologia suméria, Ninkasi, a Deusa da Cerveja! E tem mais: o garotão, que também é de certa forma seu pai, já te colocou numa roubada e já te salvou de outra! Quer mais?
Os Sumérios viveram de 5000 a.C. a 2000 a.C onde hoje é o Iraque e são considerados a civilização mais antiga da humanidade. Dentre o seu legado estão inventos de suma importância como a roda, a escrita cuneiforme, a astronomia heliocêntrica, a domesticação de animais e, é claro, a Cerveja!!!
Na visão mitológica dos Sumérios, Enki era o Deus das águas Doces. A água tinha um significado relacionado com a sabedoria e por este motivo ele era também chamado de Deus do Conhecimento. Tinha por mulher a sua irmã Ninti (ou Ninhursag), a Deusa dos Relevos e a Deusa-Mãe do Pantheon sumério. Ninkasi, a Deusa da Cerveja, foi uma das oito crianças criadas para curar uma das oito feridas que Enki recebeu. Ela nasceu da “água fresca cintilante” e foi feita para “saciar o desejo” e “satisfazer o coração”.

Um poema sumério de 3.900 anos (veja abaixo uma tradução), homenageando a deusa Ninkasi, contém a mais antiga receita conhecida de cerveja (Sikaru, em sumério). Em 1989 a Cervejaria Anchor produziu uma edição limitada da Cerveja Ninkasi, feita de acordo com essa receita a partir do bappir (termo sumério para descrever um pão feito com cevada maltada e farinha de cevada), água, malte, mel e tâmaras. A receita não contém lúpulo ou outro ingrediente amargo, o que dá um sabor consideravelmente mais doce do que o das cervejas modernas.
As correspondências da mitologia suméria com o que conhecemos não param por aí. Segundo ela, Enki, em conjunto com Ninti, participou no momento da criação do homem usando o seu próprio sangue na concepção. Ainda segundo a mitologia suméria, subentende-se que foi Enki quem sussurrou ao ouvido de Utnapishtim (o biblico Noé) como escapar do dilúvio. Além disso, um dos simbolos da casa de Enki era a serpente e, por este motivo, existe quem defenda que este Deus seria também a serpente do éden que levou Eva a comer do “fruto proibido”.
A partir de agora, quando for beber uma cervejinha, não esqueça de levantar seu copo e dizer: um brinde à Ninkasi, a Deusa da Cerveja!
Louvor à Ninkasi

Nascida da água corrente (…)
Delicadamente cuidada por Ninhursag
Nascida da água corrente (…)
Delicadamente cuidada por Ninhursag
Tendo fundado sua cidade pelo lago sagrado,
Ela rematou-a com grandes muralhas por você,
Ninkasi, fundando sua cidade pelo lago sagrado,
Ela rematou-a com grandes muralhas por você.
Seu pai é Enki, Senhor Nidimmud,
Sua mãe é Ninti, a rainha do lago sagrado,
Ninkasi, seu pai é Enki, Senhor Nidimmud,
Sua mãe é Ninti, a rainha do lago sagrado.
Você é a única que maneja a massa,
com uma grande pá,
Misturando em uma cova o bappir com ervas aromáticas doces,
Ninkasi, você é a única que maneja
a massa com uma grande pá,
Misturando em uma cova o bappir com tâmaras ou mel.
Você é a única que assa o bappir
no grande forno,
Coloca em ordem as pilhas de sementes descascadas,
Ninkasi, Você é a única que assa
o bappir no grande forno,
Coloca em ordem as pilhas de sementes descascadas,
Você é a única que rega o malte
jogado pelo chão,
Os cães fidalgos mantém distância, até mesmo os soberanos,
Ninkasi, você é a única que rega o malte
jogado pelo chão,
Os cães fidalgos mantém distância, até mesmo os soberanos.
Você é a única que embebe o malte em um cântaro
As ondas surgem, as ondas caem.
Ninkasi, você é a única que embebe
o malte em um cântaro
As ondas surgem, as ondas caem.
Você é a única que estica a pasta
assada em largas esteiras de palha,
A frialdade dominou.
Ninkasi, Você é a única que estica
a pasta assada em largas esteiras de palha,
A frialdade dominou.
Você é a única que segura com ambas as mãos
o magnífico e doce sumo,
Fermentando-o com mel e vinho
(Você, o doce sumo para o eleito)
Ninkasi, (…)
(Você, o doce sumo para o eleito).
O barril filtrador, que faz
um som agradável,
Você ocupa apropriadamente o topo
de um grande barril coletor.
Ninkasi, o barril filtrador,
que faz um som agradável,
Você ocupa apropriadamente o topo
de um grande barril coletor.
Quando você despeja a cerveja filtrada
do barril coletor,
é como os barulhos dos cursos
do Tigris e do Euphrates.
Ninkasi, você é a única que despeja
a cerveja filtrada do barril coletor,
é como os barulhos dos cursos
do Tigris e do Euphrates.
Fontes:
4 respostas em “Ninkasi, a Deusa da Cerveja”
[…] A cerveja foi a bebida mais popular no Egito e em todo o Oriente Médio no alvorecer da História. Era usada inclusive como moeda: na antiga Mesopotâmia os trabalhadores braçais recebiam o equivalente a um litro por dia. Funcionários mais graduados recebiam cinco vezes mais, mas não porque eram alcoólatras: eles usavam a parte que não bebiam para pagar seus funcionários. Os sumérios tinham inclusive uma deusa da cerveja, Ninkasi. […]
[…] Os sumérios já eram uns baitas beberrões! Tanto é que havia uma deusa em homenagem a bebida chamada de Ninkasi. […]
a cerveja sempre foi bebida por pessoas religiosas,mesmos judaicas,cristãs e outras, foi john calvin quando implantou uma feroz ditadura em genebra quem proibiu o uso de cerveja por seus suditos e esse costume abstemio foi imposto aos demais crentes de todo mundo. a abstemia a cerveja é uma doutrina demoniaca de homens! não sou muito dado a tomar cerveja, mas não vejo nada de mal em quem a toma desde que mantenha a postura.
[…] alcoólica feita de arroz. E os sumérios, na Mesopotâmia, criam a cerveja – bem como uma deusa (Ninkasi) para […]